Com expedições, pesquisas e outras ações, trabalhamos lado a lado com pesquisadores e cientistas para desvendar e proteger a biodiversidade amazônica. 

O Greenpeace Brasil acredita que a Ciência é uma aliada na proteção do meio ambiente. Por isso, norteamos nossas campanhas e ações em defesa da Amazônia com o suporte de dados científicos, levantamentos, expedições e estudos de campo.

Ao longo de mais de 30 anos, temos apoiado institutos e universidades brasileiras a estudarem a Amazônia, cujo bioma e diversidade a Ciência não conhece nem a metade. E se não se conhece, é impossível estimar o que a humanidade perde, de fato, quando uma área é desmatada, queimada e garimpada. É preciso conhecer para proteger.

Separamos cinco descobertas e alertas científicos realizados com o apoio do Greenpeace Brasil nos últimos anos:

  1. 21% dos peixes vendidos em feiras no Norte estão contaminados por mercúrio
Peixes avaliados pelos pesquisadores do estudo apoiado pelo Greenpeace Brasil em uma feira na região de Belém (PA). © Nayara Jinknss/Greenpeace

Em maio de 2023, publicamos um estudo que revelou que 21% dos peixes vendidos em feiras livres de cidades amazônicas estão contaminados por mercúrio, usado nos garimpos ilegais no processo de separação do ouro de outros materiais. Uma vez despejado nos rios, o mercúrio se acumula nos organismos dos peixes e das pessoas que os consomem. Em seres humanos, a contaminação por mercúrio pode causar perda da visão periférica; dificuldades motoras, na fala, no caminhar e de audição; fraqueza muscular; comprometimento neurológico; nos casos mais graves, pode levar à morte. 

A pesquisa foi realizada pelo Greenpeace Brasil, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo WWF-Brasil, pelo Instituto Socioambiental (ISA), pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).  

  1. Rio Amazonas abriga um grande Sistema de Recifes com 38 espécies de corais, entre outros seres vivos 

Em 2017, apoiamos um grupo de pesquisadores de renomadas universidades brasileiras que buscavam estudar de perto o Grande Sistema de Recifes do Amazonas. A bordo de um dos nossos navios, o grupo fez uma expedição pela região da Bacia da Foz do Amazonas na qual, com um submarino de pequeno porte, foi possível registrar e revelar as primeiras imagens dos recifes ao mundo. A ciência também já descreveu a existência de, pelo menos, 38 espécies de corais na região. Os pesquisadores estimam que a área do sistema recifal chegue a 56 mil km². Os dados da expedição foram publicados em um artigo na “Frontiers in Marine Science” em 2018.

Com os dados e as diversas imagens submarinas, lançamos o abaixo-assinado Defenda os Corais da Amazônia, que você pode conhecer e assinar aqui.

  1. Morte de abelhas no Brasil está diretamente relacionada com o uso de agrotóxicos proibidos na UE 

Também usamos a ciência para nortear nossas campanhas e ações, como o abaixo assinado em que pedimos a suspensão do uso de agrotóxicos no Brasil, o Salve as Abelhas. A ação foi lançada após uma investigação do Greenpeace em parceria com a  Public Eye que revela que mais de 6 mil toneladas de agrotóxicos letais às abelhas proibidos na União Europeia (UE) foram destinados ao Brasil em 2021. A investigação também aponta que, nos últimos cinco anos, mais de 500 milhões de abelhas morreram em solo brasileiro, principalmente por causa dos agrotóxicos. Neste texto, reforçamos a importância das abelhas para os seres humanos.

  1. Apoiamos a luta de uma comunidade ribeirinha no Amazonas por meio de uma expedição científica pela região

Em 2022, o Greenpeace Brasil realizou a expedição “A Amazônia que Precisamos” pelo interior do Amazonas, na região de Manicoré, a quinta área mais desmatada do estado. Levamos conosco 27 pesquisadores incríveis do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade de São Paulo (USP) e outras quatro instituições para estudar a biodiversidade da região. Também realizamos um diagnóstico socioeconômico para conhecer melhor e ter dados mais precisos sobre as comunidades tradicionais que vivem no rio Manicoré, que lutam há 16 anos pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Manicoré.

Durante a Expedição Amazônia que Precisamos, foi realizada a sinalização do território garantido pela Concessão de Direito Real de Uso (CDRU). © Nilmar Lage / Greenpeace

Em um mês de estudos de campo, com o apoio da Central das Associações Agroextrativistas do Rio Manicoré (Caarim), os pesquisadores encontraram mais de 600 espécies de aves, mamíferos, plantas, peixes, entre outros. O grupo também descreveu uma nova espécie de leguminosa encontrada nas florestas de várzea inundada (igapó), batizada pelos botânicos de “Paulo Boca”, uma homenagem ao parabotânico Paulo Apóstolo Costa Lima Assunção, que morreu de Covid-19 durante a pandemia sem conseguir dar adeus às florestas que tanto conhecia. 

Esses dados estão ajudando a fortalecer a proposta dos comunitários de criação da RDS do Rio Manicoré.

  1. Nova espécie louva-a-deus na Amazônia

Em 2021, apoiamos a expedição “Austral: Mantis da Amazônia”, promovida pelo Projeto Mantis pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Cristalino, em Mato Grosso. Os cientistas passaram dois meses no local para estudar a diversidade de louva-deus em uma área protegida. Entre várias espécies coletadas, uma era nova à Ciência. Em homenagem à Reserva, a nova espécie foi batizada de louva-a-deus-do-cristalino (Microphotina cristalino). Em maio deste ano, a espécie foi descrita em um artigo publicado na revista científica European Journal of Taxonomy.

Noite após noite exploramos as florestas da RPPN Cristalino, carregando nossa bandeira e paixão, em busca dos louva-a-deus. Caminhando sob as estrelas, vivemos intensamente a Amazônia. (Projeto Mantis)

Você pode nos ajudar a promover mais e mais pesquisas pela Amazônia! Apoie nossas campanhas e se torne um doador e/ou um voluntário do Greenpeace Brasil. 

O Rio Grande do Sul enfrenta uma tragédia climática sem precedentes, com mais de 1 milhão de pessoas diretamente impactadas pelas fortes chuvas. Nossa campanha está destinando recursos para a compra e entrega de suprimentos emergenciais e apoiando cozinhas solidárias. Precisamos da sua solidariedade nesse momento tão crítico. Clique abaixo e doe agora.