A floresta amazónica do Brasil enfrenta uma grave seca que pode afetar cerca de 500 mil pessoas até ao final do ano, disse na terça-feira o governador do estado do Amazonas.
Wilson Lima esteve na capital do Brasil, Brasília, para se reunir com representantes do governo federal, incluindo o Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir a seca.
No domingo, Lima tinha confirmado na rede social X (antigo Twitter) a reunião, acrescentando que os diferentes níveis de governo iriam “alinhar as ações em apoio às pessoas que moram nos municípios afetados”.
Conversei com o presidente @LulaOficial, juntamente com o @OmarAzizSenador, para tratar sobre a estiagem no AM. O presidente se colocou à disposição e, na próxima terça, reuniremos no Min. dos Transportes para alinhar as ações em apoio às pessoas que moram nos municípios afetados
— Wilson Lima (@wilsonlimaAM) September 24, 2023
Quinze municípios do Amazonas estão em estado de emergência, enquanto outros 40 estão em estado de alerta, informou a autoridade de defesa civil estadual.
Muitos habitantes já lutam para ter acesso a bens essenciais, como alimentos e água, porque o principal meio de transporte na região são as vias navegáveis e os níveis dos rios apresentam registos historicamente baixos.
A seca também afeta a pesca, meio de subsistência de muitas comunidades ribeirinhas.
De acordo com o porto da capital, Manaus, o nível das águas do rio Amazonas estava a 16,7 metros na terça-feira, cerca de seis metros abaixo do mesmo dia do ano passado. O nível mais baixo da água foi registado em 24 de outubro de 2010, quando caiu para 13,6 metros.
O estado do Amazonas declarou uma emergência ambiental há duas semanas em resposta à seca prolongada e lançou um plano avaliado em 20 milhões de dólares (18,9 milhões de euros).
A agência de proteção civil do estado também prometeu distribuir alimentos e água, bem como kits de higiene pessoal.
A seca deverá durar mais tempo e ser mais intensa devido ao fenómeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva, sublinhou a autoridade de proteção civil.
As alterações climáticas agravam as secas, tornando-as mais frequentes, prolongadas e severas. As temperaturas mais elevadas aumentam a evaporação, o que reduz as águas superficiais e seca os solos e a vegetação.