O presidente do Senado não pode colocar em votação o PL da Grilagem, o PL do (Fim do) Licenciamento Ambiental e o Pacote do Veneno
Nós precisamos que o Congresso Nacional cumpra seu papel de representar a população brasileira, freando o pacote da destruição que quer favorecer poucos grupos empresariais, enquanto o restante das pessoas se prejudica. Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, já provou ser o funcionário número 1 do governo Bolsonaro, pois tem colocado em votação projetos de lei (PLs) que jogam contra os interesses coletivos, boicotam a economia e aumentarão ainda mais as taxas de desmatamento e queimadas, além de estimular o roubo de terras públicas e a violência contra povos e comunidades tradicionais.
Os PL da Grilagem, do (Fim do) Licenciamento Ambiental e o Pacote do Veneno passaram pela Câmara como assuntos “urgentes” e sem participação social, provando que propostas absurdas estão sendo prioridade. Além dos projetos de lei já votados a jato na Câmara, Arthur Lira prometeu avançar contra os povos indígenas também neste ano.
Agora, cabe ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidir qual lado quer estar: se junto ao projeto de destruição do governo federal e de seus aliados ruralistas, ou ao lado do meio ambiente, incluindo as pessoas que fazem parte dele. Por isso, pedimos a Rodrigo Pacheco que ouça a sociedade e não coloque o PL da Grilagem, do (Fim do) Licenciamento Ambiental e o Pacote do Veneno em votação no Senado!
Junte-se a nós e deixe a sua assinatura! Vamos entregar o abaixo-assinado pessoalmente no Senado Federal, para que Rodrigo Pacheco considere a voz da população brasileira e freie o pacote da destruição que coloca as pessoas e o meio ambiente em risco.
Apesar de tantos assuntos mais urgentes para o Brasil, recentemente os PL's da Grilagem, do (Fim do) Licenciamento Ambiental e o Pacote do Veneno foram aprovados na Câmara dos Deputados em regime de urgência e praticamente sem debate com a sociedade. A qualquer momento, esses projetos de lei podem ser colocados em votação no plenário do Senado. Se aprovados, faltará apenas a aprovação presidencial para se tornarem lei em todo o país, provocando impactos graves e irreversíveis para o meio ambiente e para populações do campo e da cidade, em especial povos e comunidades em situação de vulnerabilidade.
Grilagem nada mais é do que o roubo de terras públicas. Mesmo sendo crime, parlamentares querem aprovar os Projetos de Lei 2.633/20 e 510/21 para legalizar essas invasões. Além de beneficiar quem já invadiu e desmatou de forma criminosa no passado, se aprovados, os PLs irão incentivar ainda mais invasões, desmatamento e violência no campo. Pelos corredores do Congresso, os senadores não escondem a pressa em aprovar essas propostas nos primeiros meses de 2022.
Impactos se o PL da Grilagem for aprovado:
O licenciamento ambiental é um dos principais instrumentos de proteção do meio ambiente e das populações afetadas por empreendimentos como a construção de hidrelétricas, barragens e rodovias. Conhecido como "o pai de todas as boiadas”, o PL 3.729/2004, aprovado na Câmara dos Deputados em maio de 2021 e que agora tramita no Senado Federal como PL 2.159/2021, praticamente acaba com o licenciamento ambiental no Brasil. Isso porque o texto proposto fragiliza e elimina a necessidade de medidas importantes para a segurança e a saúde da população e para a proteção das riquezas naturais do país.
Os deputados aprovaram a pior versão do projeto já apresentada, pois transforma o licenciamento em exceção e não regra, o que é uma verdadeira ameaça para o bem-estar coletivo. Este projeto foi apresentado como prioritário tanto para o Senado Federal quanto para o governo Bolsonaro em 2022.
O Brasil já é um dos líderes mundiais em consumo de agrotóxicos. Só nos últimos três anos, mais de 1.550 novos produtos foram liberados e o Pacote do Veneno (PL 1459/2022, antes era PL 6299/2002) vai agravar ainda mais essa situação, porque vai facilitar a aprovação e o uso de mais substâncias, muitas delas cancerígenas e que já são proibidas em outros países. Essa proposta é um grave risco para a geração atual e as futuras.
Além dos danos irreversíveis para a saúde humana (como distúrbios no sistema imunológico, nervoso e reprodutivo), os agrotóxicos contaminam a água, a terra e o ar, aumentando a destruição da natureza. Por isso, mais de 300 organizações, diversos órgãos públicos e quase dois milhões de pessoas já disseram: chega de agrotóxicos!