#ProtejaOCerrado

Cerrado: a caixa d’água do Brasil em risco

O segundo maior bioma do Brasil já perdeu metade da sua vegetação nativa e, em 2019, o ritmo do desmatamento seguiu estável, atingindo 6.484 km² – uma área maior que o Distrito Federal. O principal vetor desta destruição tem sido o avanço do agronegócio. 

Em outubro de 2018, lançamos o relatório Segure a Linha, resultado de mais de 2 anos de pesquisas, de 7 mil quilômetros rodados e de 150 entrevistas. Ele faz uma análise socioeconômica e ambiental em uma região pujante do agronegócio no Cerrado – o Matopiba, que é a região de confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O estudo revelou os efeitos negativos do modelo de commodities que centraliza os lucros para poucos e “socializa” os danos causados ao meio ambiente para as comunidades locais – isso na região que é um dos principais pontos de partida da soja brasileira para o mundo. 

Em 2019, continuamos denunciando amplamente a expansão a qualquer custo e seus malefícios, como destruição de paisagens naturais, esgotamento dos recursos hídricos, contaminação por agrotóxico, concentração de renda e violação dos direitos das comunidades locais. Este trabalho resultou em 22 matérias na imprensa, um debate público na Universidade Federal do Oeste da Bahia e 3 eventos sobre alimentação saudável, em parceria com a Agência Solano Trindade, que reuniram mais de 5 mil pessoas.

Tentativa de intimidação

Em maio, presenciamos diretamente uma das situações de intimidação e risco a que as comunidades estão submetidas todos os dias. Quando levamos uma equipe de TV alemã para entrevistar moradores locais, homens sem identificação portando fuzis invadiram a residência para intimidar a todos. 

Contamos esta história em dezembro, no relatório Cultivando Violência, onde mostramos como este caso está ligado à cadeia da soja do Cerrado e cobramos ações enérgicas da empresa e da justiça.

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Fomos finalistas em prêmio de direitos humanos

Nossa websérie Segure a Linha: a expansão do agronegócio sobre o Cerrado foi finalista do Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog. Entre 692 trabalhos inscritos, concorremos em nossa categoria com TV Globo, jornal O Globo e TV Brasil. Na série de 3 vídeos, mostramos o avanço do agronegócio na região do Matopiba e como ele está afetando a vida das pessoas da região.

#SegundaSemCarne

Menos carne, mais saúde, mais florestas

Mais de 60% das áreas desmatadas da Amazônia estão ocupadas por gado. A atividade é uma das maiores responsáveis por emissões de gases do efeito estufa em todo o mundo e o consumo continua a crescer de forma insustentável. Por isso, participamos ativamente da campanha pela redução do consumo de carne. Publicamos receitas vegetarianas todas as segundas-feiras, em 2019, e tivemos o ponto alto com a Semana Mundial Sem Carne, realizada entre 17 e 23 de junho, em parceria com as organizações Sociedade Vegetariana Brasileira e Mercy For Animals. 

Em plena Avenida Paulista aberta, realizamos uma roda de conversa com o público sobre os impactos do consumo de carne. Na periferia de São Paulo, fizemos um churrasco vegano para mostrar que dieta vegetariana não é coisa de rico e pode ser saborosa. E, nas redes sociais, desafiamos 16 influenciadores a tirar a carne do prato por uma semana inteira e relatar a experiência a seus seguidores. As atividades foram um sucesso, gerando ampla exposição na mídia e alto engajamento nas redes sociais e nas ruas: 

  • Nossos posts sobre o tema alcançaram mais de 180 mil pessoas. 
  • Realizamos 3 lives com parceiros, que reuniram 5 mil espectadores no total. 
  • 187 voluntários aceitaram participar do Desafio Sem Carne em mais de 100 cidades diferentes. Desses, 44% comiam carne, pelo menos, 5 vezes por semana. 
  • Voluntários fizeram seus próprios eventos em Manaus (AM), Belém (PA) e São Paulo (SP).
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A surpresa do chef Raul Lemos


Em julho, levamos o chef de cozinha conhecido por sua participação no programa MasterChef Brasil para ver de perto os impactos da pecuária e conversar com as pessoas da floresta que são afetadas diretamente pelo problema. “É muito mais sério do que eu imaginava. Tenho um filho de um ano, que tipo de futuro ele terá?”, declarou Raul. A iniciativa foi parte do projeto Food Curious, do Greenpeace internacional, de contar histórias sobre os impactos socioambientais da produção de proteína animal no mundo. O documentário também tem episódios feitos na França e na Tailândia.