A lama de Brumadinho: lição não aprendida
Mal o ano havia começado quando todos fomos surpreendidos, no dia 25 de janeiro, por uma nova tragédia envolvendo uma barragem de rejeitos de minérios da Vale. Desta vez, foi a Barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu. Cerca de 13 milhões de metros cúbicos de lama tóxica destruíram e soterraram o que apareceu pela frente: casas, rios, bosques, animais e mais de 250 pessoas. Era mais uma ferida social impossível de cicatrizar, e uma reincidência em crime ambiental, que deixava claro o quanto os governos e a própria empresa não haviam aprendido nada com a tragédia de Mariana (MG).
O Greenpeace Brasil rapidamente organizou um time de resposta rápida para entender e denunciar a dimensão desta nova tragédia, dar voz aos atingidos e cobrar a responsabilidade da empresa e do governo federal na devida reparação dos danos.
Em paralelo, nossos voluntários, especialmente de Minas Gerais, se uniram a uma rede de solidariedade para arrecadar e distribuir mantimentos e artigos de primeira necessidade aos atingidos.
Reunimos 72.853 assinaturas no abaixo-assinado Parem a Vale, e enviamos cartas aos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, pedindo a paralisação das operações das 167 barragens da empresa até que fosse possível garantir sua segurança.
Em pressão com outras organizações do terceiro setor, conseguimos a exclusão da Vale do Pacto Global das Nações Unidas, a maior rede de responsabilidade social corporativa do mundo, com mais de nove mil empresas.
Em centenas de entrevistas concedidas à mídia, além de cobrar responsabilidades à Vale, também aproveitamos a oportunidade de alertar e conscientizar a sociedade para as tentativas de enfraquecimento do licenciamento ambiental por parte de lideranças políticas no Congresso Nacional. O cumprimento do licenciamento ambiental é a prevenção de tragédias como a de Brumadinho.
© Nilmar Lage / Greenpeace
© Nilmar Lage / Greenpeace
© Fernanda Ligabue / Greenpeace
© Fernanda Ligabue / Greenpeace
© Christian Braga / Greenpeace
© Christian Braga / Greenpeace
© Nilmar Lage / Greenpeace
© Nilmar Lage / Greenpeace
Em um vídeo-denúncia criado a partir da comunicação institucional da empresa, denunciamos a hipocrisia da Vale ao pregar “a vida em primeiro lugar”, enquanto negligenciava a segurança dos seus funcionários e da comunidade em torno da barragem.
© Fernanda Ligabue / Greenpeace
© Christian Braga / Greenpeace