Mensagem do Diretor Executivo

À sombra das gigantes da floresta, resistimos na defesa do meio ambiente.

A luta do Greenpeace Brasil é pacífica e construtiva, em favor da vida no planeta. É com esse espírito que estamos enfrentando muitos ataques contra a nossa riqueza ambiental, que visam destruir as leis e mecanismos que a protegem. 

O ano de 2019 já começou com uma tragédia: Brumadinho, uma repetição do desastre de Mariana, causado pela irresponsabilidade da mesma empresa, a Vale, com a silenciosa conivência do governo. E, mais uma vez, a lama levou centenas de vidas. Os meses foram passando e os ataques se sucedendo: enfraquecimento da legislação ambiental, corte de verba para a fiscalização, ocupação da estrutura de governo ligada ao meio ambiente por representantes do agronegócio e outras manobras. Sem surpresa, seguiram-se queimadas, invasões de terras, agressões a comunidades indígenas e um aumento assustador do desmatamento. Tudo sem controle.    

O cenário do meio ambiente brasileiro no ano passado foi manchado também pelo óleo. E foi uma mancha gigantesca: simplesmente o maior acidente ambiental de que se tem notícia em nosso litoral. Suas consequências atingiram milhares de espécies marinhas e importantes biomas litorâneos, inclusive os manguezais, que são os berçários de incontáveis tipos de peixes, crustáceos, moluscos e outros animais. Além disso, uma outra espécie foi grandemente afetada: a humana. Milhares de famílias que vivem da pesca e da coleta dessas espécies, de um dia para o outro perderam seu ganha-pão. Um custo social incalculável.  

Mas nós somos o Greenpeace Brasil. Nos inspiramos na resistência das árvores gigantes da Amazônia para persistir e realizar. E realizamos muito em 2019. 

Respondemos prontamente à tragédia de Brumadinho, seja denunciando os responsáveis, seja formando uma rede de solidariedade para ajudar as vítimas. Acompanhamos a expedição Polo a Polo, e a bordo do navio Esperanza protegemos os Corais da Amazônia. Denunciamos na mídia e mobilizamos a sociedade contra a liberação indiscriminada de agrotóxicos que envenenam a nossa comida. Mostramos o avanço do garimpo ilegal sobre a Terra Indígena Munduruku. E ajudamos a articular a Greve Global pelo Clima, em São Paulo. 

Como não podia deixar de ser, também participamos ativamente da limpeza de praias do Nordeste atingidas pelo vazamento de óleo. Cabe destacar a incrível colaboração da nossa rede de voluntários nessas iniciativas.

A Amazônia é um capítulo à parte. Defendemos com todas as forças o maior patrimônio ambiental brasileiro, a casa de milhões de espécies e dos povos indígenas que são os Guardiões da Floresta. Por isso, denunciamos intensamente o absurdo aumento das queimadas e outras agressões à floresta, que aconteceram principalmente entre agosto e setembro, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Os escritórios europeus do Greenpeace fizeram vários protestos durante o tour do ministro do meio ambiente, que tentava minimizar os efeitos das queimadas e do desmatamento na Amazônia junto aos governos da região. E vamos continuar mostrando que manter a floresta em pé traz inúmeros benefícios para todos, enquanto deixar que a derrubem só serve para o lucro de alguns. 

O ano de 2019 nos deixou orgulhosos pelo que fizemos, mas não satisfeitos. Ainda há muito a se fazer. Não vamos nos enganar, os tempos à frente são de luta. Muita, muita luta. Mas nós somos o Greenpeace Brasil. À sombra das gigantes da floresta, nas praias e oceanos, sob o sol do Cerrado, nas ruas das cidades, continuaremos defendendo a natureza contra aqueles que a destroem. E, mais do que nunca, contamos com você.

Assinatura Asensio Rodriguez azul

Asensio Rodriguez 
Diretor Executivo do Greenpeace Brasil

Asensio