Isso é ativismo

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© Tuane Fernandes / Greenpeace
Voluntariado do Greenpeace Brasil

Nem mesmo o segundo ano de pandemia da Covid-19 impediu nossos voluntários e voluntárias de agirem em torno das causas que defendemos. Se o espaço das ruas continuou limitado por razões de segurança, nossos ativistas se conectaram pelo universo digital: foram mais de 170 atividades e mobilizações online realizadas em 2021.

Uma atuação que continuou inspirando o surgimento de novos ativistas. No ano passado, cerca de 4.700 novas pessoas se cadastraram no Conexão Verde, a nossa plataforma de mobilização, para participar do voluntariado do Greenpeace Brasil.

Onde estamos?

Em 2021 tivemos três novos grupos locais de voluntários no país: o da Zona da Mata Mineira, em Minas Gerais; no Vale do Itajaí, em Santa Catarina; e em João Pessoa, na Paraíba. Com os novos núcleos, passamos a ter 20 grupos locais de voluntários organizados pelo Brasil, além das milhares de pessoas que se cadastram para atuar individualmente.

Cada grupo de voluntários recebe nosso apoio na forma de treinamentos, recursos e materiais de mobilização e comunicação para suas atividades locais. Cada coletivo possui seu próprio perfil no Instagram. Reunidos, eles já somam 72 mil seguidores na rede social. Mais de 420 voluntários e voluntárias participaram de nossos encontros online ao longo do ano, e 2.205 pessoas acompanharam as transmissões ao vivo organizadas por eles no YouTube.

Grupo de voluntários de João Pessoa/PB
Mapa dos voluntários
Grupo de voluntários do Vale do Itajaí/SC e da Zona da Mata/MG
Confira algumas das atividades realizadas em 2021

Floresta sem Cortes

Em fevereiro, nossos voluntas se mobilizaram em peso contra o Projeto de Lei Orçamentária de 2021 (PLOA) do Governo Federal, que reduziu drasticamente o orçamento destinado ao meio ambiente. Uma medida que, na prática, sufocou ainda mais os órgãos de proteção ambiental e aumentou a vulnerabilidade do Brasil à exploração sem limites.

Dia Internacional da Mulher

Os grupos locais rechearam as redes sociais com publicações em março, destacando o protagonismo das mulheres na luta ambiental e reforçando a mensagem: um mundo justo e pacífico só é possível com a igualdade entre os gêneros.

Greve Global pelo Clima

Março de 2021 também foi marcado pela mobilização de Norte a Sul do país contra a emergência climática. Muitas ações criativas e declarações nas redes sociais ajudaram a amplificar as vozes dos nossos voluntários e voluntárias, exigindo ações efetivas por parte de governos e líderes mundiais para conter a crise do clima.

Dia Nacional do Cerrado

Um dos mais importantes biomas do país foi relembrado em mais um 11 de setembro. Em homenagem ao Cerrado, os grupos locais inundaram as redes sociais na data, com mensagens de conscientização pela vida e preservação deste bioma tão rico.

Mobilização contra o PL da Grilagem

Sempre atentos aos retrocessos ambientais no Congresso Nacional, nossos voluntários não ficaram calados diante do Projeto de Lei 510, que busca dar aval para crimes ambientais como a prática da grilagem. Em maio, após pressão popular amplificada pelos nossos voluntas, a discussão sobre o projeto de lei foi adiada. Infelizmente, em agosto o texto foi aprovado; atualmente, está em tramitação no Senado.

Fora Salles!

No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, o pedido não poderia ser diferente: um grande “Fora Salles” nas redes sociais, pressionando pela saída do então ministro do Meio Ambiente, que negligenciou completamente a proteção da Amazônia.

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Segunda Greve Global pelo Clima

Ainda em setembro, com a mensagem #DescolonizeOSistema, os grupos locais dividiram-se entre o presencial e o online para se unir a ativistas dos quatro cantos do mundo que alertaram sobre os perigos da crise climática. Os voluntários e voluntárias exigiram que os líderes mundiais coloquem em prática ações efetivas contra o aquecimento do planeta.

“É muito recompensador constatarmos que, mesmo com as complexidades de um ano tão desafiador como o de 2021, os voluntários e voluntárias do Greenpeace Brasil conseguiram, de diversas formas, realizar mobilizações, desenvolver projetos e propagar campanhas que contribuem para um país mais verde e democrático.”

Rafael Ferraz, coordenador da área de Comunidades do Greenpeace Brasil

© Diego Baravelli / Greenpeace
Aprendizado constante

Ainda sob o impacto da pandemia, as atividades de educação desenvolvidas pelo Projeto Escola, em 2021, mantiveram o foco no formato online. Por isso, reformulamos a página do projeto em nosso site para melhorar a comunicação com professores e deixar o conteúdo ainda mais acessível.

Ao longo do ano, foram 50 palestras realizadas por nosso voluntariado em escolas e associações comunitárias, que levaram mais informações em educação ambiental sobre a emergência climática, biodiversidade, Amazônia e outros temas para cerca de 7.300 pessoas, entre crianças, jovens e adultos de todo o país.

Em paralelo, desenvolvemos a série de vídeos “Amazônia Explicada”, publicada em nosso canal no YouTube, com conteúdos extras dedicados a traduzir e simplificar conceitos ambientais e desafios do nosso tempo, que se tornaram uma grande ferramenta para professores em seus planos de aulas.

Outro produto para os educadores foi o podcast “Pintou um Climão”, lançado em setembro, como mais uma possibilidade de levar a discussão sobre a crise climática para a sala de aula de forma acessível. 

O que dizem os nossos voluntários

“Ser ativista é nos conscientizarmos acerca dos problemas que nos rodeiam e lutarmos para que possamos solucioná-los, de modo que gerem impacto, seja ele grande ou não.”

Mariana Abuhab Bialski, 19, estagiária de Comunicação, de São Paulo (SP)

“Ser ativista é despertar! É com o coração cheio de esperança e um sentimento de pertencimento, lutar com sangue nos olhos e muito amor por tudo aquilo que acreditamos! É estar verdadeiramente vivo!”

Ivone Cavalcante Canton, 47, de Brasília (DF), do Projeto Escola

“Ser ativista significa atender a uma vontade que se transforma em um ideal. Ser ativista é consequência da tomada de consciência de que podemos tornar o mundo um lugar melhor para se viver, possibilitando assim uma vida mais digna à sociedade.”

Mariana Faria, 33, auxiliar de Farmácia, de Belo Horizonte (MG)

“Ativista é um eterno voluntário apaixonado pelo planeta e pelos bilhões de seres que o habitam. É estar 24h preocupado com o que está acontecendo nele e com o seu futuro.”

Andrés Francisco Fernández Aldea, 46, médico-veterinário, de Porto Alegre (RS)

“Ser ativista é poder contribuir para o bem socioambiental, o bem coletivo, de todos os seres, de toda a natureza. Essa contribuição faz eu me sentir verdadeiramente parte do todo e me manter firme na luta.”

Vitória Ricarti, 24, estudante de Agronomia, de Fortaleza (CE)

“Ser ativista é acreditar em algo ao ponto de lutar por isso. É amar e cuidar ao ponto de querer que todos façam isso.”

Laís Lobo, 18 anos, técnica em Controle Ambiental, de Senador Canedo (GO)

“Aprendi nesse tempo que um voluntário não tem necessariamente tempo para ajudar, ele tem coração. E ninguém pode fazer tudo, mas todo mundo pode fazer alguma coisa.”

Gilvan Amorim, 25 anos, assistente jurídico da Zona da Mata Mineira (MG)

“São sete anos de uma relação harmônica e rica, principalmente de conhecimento, em que pude aprender com o Projeto Escola: ser desafiado com a facilitação do grupo local, recepcionar sendo anfitrião, transmitir esse conhecimento nos pontos verdes e me tornar um cidadão verde junto a uma galera linda e engajada.”

Matheus Siqueira, 22 anos, estudante de Medicina de Manaus (AM)

© Lena Silva / Greenpeace