#TodosPelaAmazônia

Monitorando e denunciando o desmatamento

Det-verde

Vimos, em 2021, o maior aumento da taxa de destruição da floresta Amazônica desde 2006. Nas últimas cinco décadas, o Brasil já perdeu quase 20% de sua porção da maior floresta tropical do mundo. Para enfrentar essa rápida devastação, aceleramos nossas ações na área, trabalhando em rede com organizações, comunidades e povos indígenas da região.

Em 2021, o Brasil perdeu 13.235 km² de floresta Amazônica devido ao desmatamento, segundo dados do Projeto de Monitoramento de Desmatamento da Amazônia (Prodes), medido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de 21,97% na taxa de destruição em relação ao ano anterior; os dados do Prodes medem a área desmatada sempre no período de agosto de um ano a julho do ano seguinte. O último dado refere-se ao período de agosto de 2020 a julho de 2021.

Só no Amazonas, o desmatamento aumentou em 55% em 2021. O estado, junto com Rondônia e Acre, vem se destacando pela velocidade com que a destruição avança nessa região do arco do desmatamento. No monitoramento de fogo e desmatamento de 2021, sobrevoamos diversas vezes a região, para registrar e denunciar crimes ambientais, e realizamos uma expedição de chão para contar a história das pessoas impactadas pela fumaça e pela violência do desmatamento na região.

Por meio da Aliança Amazônia em Chamas, formada em parceria com a Amazon Watch e o Observatório do Clima, levamos os atores Rafael Cardoso e Giovanna Lancellotti e o cantor Vitão para conhecer de perto a região. A partir do engajamento dos influenciadores com a causa e de uma intensa produção de conteúdo que registrou a destruição do bioma, conseguimos alertar e mobilizar um público ainda mais amplo sobre a importância de defendermos a Amazônia. Durante três dias no mês de setembro, sobrevoamos extensas áreas desmatadas em julho e já consumidas pelo fogo — polígonos de 1.550 a 2.450 hectares ou, respectivamente, de 2.012 a 3.181 campos de futebol —, que estão entre os cinco maiores desmatamentos do estado do Amazonas.

Outro tema que pautou nosso trabalho em 2021 foi o avanço da grilagem na Amazônia, principalmente sobre as Florestas Públicas Não Destinadas: áreas pertencentes à União ou aos estados, mas ainda não destinadas para conservação ou uso sustentável. Trouxemos a público diversos casos de grilagem – incluindo a venda de terras públicas até pela internet.

"No começo do voo, até pensei: ‘Não deve ser um fogo tão grande’. Mas quando chegamos aos focos de queimadas, é muito feio, dói! Quando se vê de cima, nessa proporção, é mais doloroso ainda, porque em volta está tudo verde, tudo lindo. E isso desperta ainda mais nossa consciência e a vontade de fazer algo para que a destruição diminua."

Giovanna Lancellotti, atriz, participou da expedição promovida pela Aliança Amazônia em Chamas.

© Victor Moriyama / Amazônia em Chamas

E para fortalecer o trabalho da imprensa, realizamos o seminário online “É Fogo”, em parceria com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA), para esclarecer as principais dúvidas sobre a cobertura das queimadas e incêndios florestais, provocados pela ação humana na Amazônia no período mais seco do ano. 

Em cada um desses passos do trabalho, estivemos ao lado de milhares de pessoas que nos apoiaram com doações e/ou trabalho voluntário. Além disso, em 2021 a Brigada Digital reuniu mais de 100 mil pessoas dispostas a defender a Amazônia. Todas as semanas, nossos brigadistas digitais eram chamados a agir, participando da mudança com pequenas ações. Foi uma jornada incrível e que pretendemos repetir!