#PátriaQueimada

Brasil em chamas: nosso protesto contra a destruição

Não ficamos indiferentes a uma das mais graves crises ambientais da história – as queimadas no Pantanal, Cerrado e Amazônia. Apesar da pandemia, mas adotando todas as medidas de segurança, fizemos um protesto para mandar uma mensagem clara: pelo seu negacionismo, negligência e desmonte da estrutura de fiscalização ambiental, o governo Bolsonaro era o responsável pela tragédia.

Além da Amazônia, o Pantanal brasileiro protagonizou em 2020 uma das piores crises ambientais da história recente. Milhares de focos de incêndio, boa parte deles iniciados em ações criminosas, se alastraram por terras indígenas, reservas ambientais, parques estaduais e uma estação ecológica nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A combinação de um longo e intenso período de seca com o descaso do Ministério do Meio Ambiente foi a grande responsável pela tragédia.

Em outubro, quando a destruição já havia ultrapassado 4 milhões de hectares, ou cerca de 27% da área do Pantanal, mobilizamos nossos ativistas para levar em meio à paisagem queimada uma estátua de quatro metros de altura do presidente Jair Bolsonaro representado como o imperador romano Nero, que teria ordenado o incêndio de Roma, em 64. d.C. O “BolsoNero” foi acompanhado de uma grande faixa com a inscrição “Pátria queimada, Brasil”.

A mensagem foi clara: uma denúncia à política sistemática de desmonte das estruturas públicas de proteção ambiental sob a gestão de Bolsonaro e do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O governo fez cortes relevantes nas verbas direcionadas à prevenção e ao combate a incêndios no Pantanal, bem como nos investimentos em proteção das Unidades de Conservação, fiscalização e treinamento de brigadistas.

A imagem do protesto circulou nas redes sociais, foi destaque na imprensa nacional e internacional e mobilizou pessoas a se manifestar para que o governo abandonasse sua postura negacionista e agisse com mais rigor para conter a devastação da biodiversidade que tem levado a alterações no clima da região, ao aumento do risco de doenças respiratórias e à degradação dos serviços ambientais.

“Ao desdenhar o meio ambiente, é como se o governo Bolsonaro queimasse uma marca extremamente valiosa chamada Brasil – investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que devem retirar investimentos do país por não quererem estar associados à prática de crimes ambientais”.

Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil