União e solidariedade também contra a desigualdade
A pandemia escancarou como o modelo socioeconômico vigente no mundo permite que certos grupos de pessoas sejam ainda mais afetados que outros. Neste caso, além da doença, negros e mulheres que vivem nas periferias dos grandes centros também foram mais impactados pela fome e pelo desemprego. Por meio do Potências Coletivas, discutimos e divulgamos soluções concretas para uma economia mais justa e sustentável no pós-pandemia, incluindo temas como alimentação, empreendedorismo e ativismo periférico.
Criamos o projeto Potências Coletivas para discutir modelos, e compartilhar e incentivar iniciativas socioeconômicas que já deram certo em comunidades – e que podem ser replicadas e adaptadas para realidades distintas em outras localidades do país.
Numa parceria com a Mídia NINJA, e para respeitar o distanciamento social, realizamos as lives Potências Periféricas como uma forma segura de apresentar essas iniciativas bem-sucedidas nas periferias dos grandes centros. Um dos encontros virtuais – “Alimentação, um Ato Revolucionário” – mostrou como a comida pode ocupar papel central no ativismo político periférico. Já a live “Economia Real e Empreendedorismo na Periferia” discutiu modelos socioeconômicos justos, solidários e que respeitam o meio ambiente.
Outras ações digitais incluíram encontros com as cantoras Negra Li e Larissa Luz, que cozinharam ao vivo com Regina Tchelly, criadora do coletivo Favela Orgânica. Elas mostraram como reaproveitar alimentos e evitar o desperdício. Também realizamos quatro “aulões” transmitidos em outubro, com apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Oca – Laboratório de Educação e Política Ambiental da USP/Esalq. Os aulões foram ministrados por professores, ativistas e especialistas em cada um dos temas: “Comida, um direito de todos”; “Racismo Ambiental: o que que eu tenho a ver com isso?”; “Empreendedorismo real no pós-pandemia” e “A força das mulheres na transformação das comunidades".
Em 2020, o Potências Coletivas ainda distribuiu refeições para famílias em situação de vulnerabilidade nas cidades de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ). Em São Paulo, as doações foram viabilizadas em parceria com a Agência Solano Trindade. No Rio, o Favela Orgânica produziu marmitas com alimentos orgânicos, realizou oficinas de aproveitamento integral de alimentos e ainda entregou sementes de hortaliças para as pessoas plantarem em casa.
Para quem ficou em isolamento em casa, elaboramos um livrinho digital com uma série de receitas vegetarianas de chefs e alguns influenciadores para que pais e filhos pudessem aproveitar o tempo juntos da quarentena preparando refeições saudáveis e tentar experimentar uma nova dieta boa também para o planeta. Se você ainda não viu, pode baixar o e-book “Quarentena Sem Carne”, gratuitamente aqui.